2 de novembro de 2010

Estudos comprovam que animais tem sentimentos

Vários estudos científicos têm comprovado que, à semelhança dos seres humanos, algumas espécies animais têm consciência da morte do outro e fazem o seu luto. Sozinhos ou em grupo, expressam a dor pela perda do outro e, em alguns casos, o sofrimento é tanto que acabam também morrendo. Em alguns animais foram mesmo observadas lágrimas nos olhos, nesses momentos de dor.

Duas pesquisas publicadas no Current Biology, em abril deste ano, referem que os chimpanzés têm consciência da morte, tal como nós. Foram observadas mães-chimpanzés a carregarem o corpo dos seus bebês durante vários dias, até estes mumificarem. Um dos trabalhos descreve os últimos momentos de Pensy, uma fêmea com mais de 50 anos que vivia no Safari Park de Blair Drummond, na Escócia. O grupo de  chimpanzés manteve-se sempre próximo dela, silencioso e tentando reconfortá-la. Quando Pensy morreu, a filha, Rosie, e os outros indivíduos do grupo abanaram-lhe a cabeça e os ombros, como que querendo acordá-la. Foram dormir mais tarde e evitaram os locais por onde Pensy parava.


Os elefantes experimentam muitas sensações semelhantes às dos seres humanos, destacando-se, no mundo animal, pela tristeza e dor que expressam quando perdem um companheiro. Enquanto que a maioria das espécies não hesita em deixar para trás um elemento do grupo doente ou moribundo, os elefantes são incapazes de o fazer, rodeando-o de mil e uma atenções. Quando esse membro do grupo morre, tentam levantá-lo, com a tromba e as patas, mas quando percebem que morreu, ajoelham-se junto ao corpo e choram a perda. Foram ainda registrados casos em que elefantes bebês que assitiram à morte da progenitora acordam a gritar.


Pete Wedderburn, um médico-veterinário com mais de 25 anos de experiência, conta no seu blog que os cães ficam deprimidos com a morte de um companheiro (seja este um animal ou um ser humano), podendo ficar mais quietos e perder o apetite. Este médico-veterinário aconselha a levar o animal a passear mais vezes, especialmente em locais onde possa interagir com outros cães. Em alguns casos, embora seja raro, poderá ser necessário administrar-lhe anti-depressivos.

Também os gatos mostram sinais de dor pela perda de um companheiro (seja este outro gato, um cão ou o tutor). Nos primeiros tempos, percorrerem os locais por onde o parceiro andava, à sua procura, e miando baixinho, como se estivessem chorando. Sarah Hartwell, no site MessyBeast, conta o caso de dois gatos, cujo tutor morreu, que reagiram de forma diferente a essa perda. Ambos deixaram comer, mas depois de o médico-veterinário lhes ter administrado medicamentos que estimulam o apetite, um deles recuperou, enquanto o outro continuou sem apetite e morreu. Alguns investigadores consideram que os gatos têm a mesma percepção da morte que as crianças de tenra idade, ou seja, não têm consciência de que a morte é um estado permanente.

Marc Bekoff, num artigo publicado na Psychology Today, conta que dois cientistas assistiram à dor de um grupo de lobos devido à perda da fêmea omega, Motaki, morta por um leão. Desde então, nunca mais uivaram em grupo, choravam sozinhos. Ficaram deprimidos, caminhando lentamente, com as caudas e as cabeças baixas, até ao local onde Motaki foi morta. Só seis semanas mais tarde, a vida da alcateia voltou à normalidade. Também as raposas já foram observadas a protagonizar rituais funerários.

Fonte: ANDA






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