22 de abril de 2012

Eleição de touro 'nº 1' revolta ONGs de proteção animal


Peão em touro que caiu nos primeiros pulos
e saiu da arena arrastando as patas na festa de Barretos de 2011



Entidades de proteção animal travam nova batalha contra os rodeios, desta vez por causa de um ranking que prevê "eleger" o melhor touro da temporada nas arenas.

Organizadora do principal circuito de rodeio no país, a PBR (Professional Bull Riders) criou um ranking que busca revelar "novas estrelas" nas festas de peão e premiar com R$ 100 mil o tropeiro dono do melhor boi.

Para as ONGs de proteção animal, a medida viola a integridade dos touros e potencializa a chance de eles serem vítimas de maus-tratos, já que os que pulam mais teoricamente têm notas melhores.



Além disso, segundo as entidades, o ranking cria uma forma de exploração econômica baseada na dor do bicho, pois o animal com mais pontos valerá mais no mercado.
"A tortura virou esporte e, agora, está sendo legitimada mais uma vez com a criação desse ranking", afirma Vanice Orlandi, presidente da Uipa (União Internacional Protetora dos Animais).


Segundo ela, o uso do sedém (cinto amarrado na virilha dos animais) é a pior agressão a qual o touro é submetido, e é o que o faz pular.


Já Rosângela Ribeiro, gerente de programas veterinários da WSPA (sigla em inglês para Sociedade Mundial de Proteção Animal) no país, diz que outros problemas são o uso de esporas e choques para o animal sair do brete.


Os rodeios estão na mira das ONGs há tempos, mas a batalha ficou mais acirrada após a morte, em 2011, de um bezerro na Festa do Peão de Barretos, na prova do bulldog --quando o peão derruba o animal imobilizando-o.


'TOURO ACABADO'


Presidente da PBR Brasil, Flávio Junqueira afirma que os touros não sofrem maus-tratos e que não adiantaria forçá-los para pularem mais.


"Se usar algo artificial para provocar o pulo, no dia seguinte o touro fica acabado. O pulo é a explosão de bem-estar e força física do animal, não dá para estimular."


Veterinário do circuito, Marcos Sampaio de Almeida Prado diz que um touro nunca pula dois dias seguidos e que uma equipe viaja antes para analisar os locais em que os animais ficarão nos rodeios. "Se achamos algo errado, é corrigido antes."


Folha

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